Podia ser um dia qualquer, mas não foi. As comidas, as bebidas, os excessos… como sempre foram demais. Nunca se tinha limite.
A banda larga propiciava músicas e vídeos ilimitados. O cartão de crédito dava asas a imaginação. E as roupas nos deixavam livres para fazer o que quisermos.
Ela olhava de soslaio enquanto eles dançavam já fazia mais de 5 horas sem parar… Sim. Uma festa… mas ela não estava ali. Estava no dia seguinte. No melhor dia para se estar.
Se imaginava andando aos pés descalços pela grama natural do vale onde nascera… deitando-se para apreciar as nuvens que formavam figuras engraçadas que o Sol impedia de ver. O vento batia no seu rosto como a delicadeza de um beijo de mãe.
Ela gostava do cheiro do cigarro misturado ao perfume das meninas que passavam por ela. Gostava do efeito que as drogas causavam nos outros e a pintura que a loucura deixava ao chão da sala quando tudo terminava.
E amanhã? Era isso que fazia ela se sentir bem… amanhã na frente do prato com pão de centeio e queijo caseiro. Leite da vaca para acompanhar. Amanhã que era legal.
Hoje ela nem sabia o que estava acontecendo.
