Estranhamente, o ônibus das 05:25 não passou.
Ela olhou para um lado, olhou para outro e nada. Outros ônibus vieram, deixaram pessoas e pegaram pessoas.
Outras pessoas vieram. Subiram, desceram e esperaram com ela. Mas o seu ônibus não veio.
Muitas senhoras puxaram conversa com ela. Algumas agradáveis outras chatas.
Até que um moço bonito e bem-apessoado chegou e puxaram conversa. Ela gostou e até esqueceu que o ônibus não veio. Ele deu seu telefone, ela anotou com cuidado e ele se foi. Estranho. Ele não estava no ponto de ônibus?
Será que o ônibus tinha passado? Será que ela não tinha visto? Então resolveu andar á pé alguns pontos. E o que esperado aconteceu: o ônibus passou.
Tudo bem, porque no próximo ponto encontrou algumas amigas e o papo foi tão bom que ela ficou por ali mesmo e resolveu almoçar num buteco que tinha perto do ponto e descansou.
Já eram mais de 14h e nada ainda. Voltar pra casa? Continuar? Mudar? O que fazer? Muitas opções. Resolveu entrar em qualquer ônibus.
Viu muitas coisas que nunca atinha visto, novas paisagens, conheceu muitas pessoas nessa linha nova, viu outros moços bonitos apensar daquele nunca sair da sua cabeça e notou que não chegou nem perto da onde queria ir.
Desceu do ônibus e percebeu que estava anoitecendo e seu destino ainda estava longe.
Por fim, o seu ônibus chegou, mas ela não pegou. Ela queria ir de bicicleta agora.
